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| Do Lamento à Adoração |
Sermão: "Do Lamento à Adoração"
Texto-base: Salmo 22; Habacuque 3:17-19; Jó 1:20-21; Salmo 30:4-5 (Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
Queridos irmãos, hoje trazemos ao coração uma mensagem de esperança para quem está chorando, sofrendo, despedaçado: Deus não despreza o seu lamento — Ele o transforma em adoração.
Há momentos na vida em que a dor é tão profunda que as palavras faltam, mas o choro sai da alma. É o grito do coração ferido, da promessa adiada, da perda irreparável. É o silêncio pesado após o diagnóstico, o vazio após o enterro, a solidão no meio da multidão.
Mas a Palavra de Deus nos mostra que lamentar não é falta de fé. É parte da jornada de quem ama, sofre e confia em um Deus fiel. E o caminho do crente nem sempre começa na adoração — muitas vezes, começa no chão, com o rosto na poeira, clamando: “Deus, por quê?”
O salmista Davi, homem segundo o coração de Deus, não orava apenas com louvor. Ele também gritava: “Deus meu, Deus meu, por que me tens desamparado?” (Salmo 22:1). Essas mesmas palavras foram ditas por Jesus na cruz (Marcos 15:34). Um grito de dor. Um lamento profundo. Mas esse salmo, que começa em agonia, termina em adoração: “Contarei o teu nome aos meus irmãos; no meio da congregação te louvarei” (Salmo 22:22).
Veja o movimento: do desamparo à proclamação. Do lamento à adoração.
Pense em Jó, um homem justo, abençoado, próspero — até que tudo foi tirado. Seus filhos morreram, seus bens foram saqueados, seu corpo coberto de úlceras. Em meio à dor, ele rasgou as suas vestes, cortou o cabelo e se prostrou em adoração (Jó 1:20). Não negou a dor. Não fingiu felicidade. Mas, mesmo no lamento, escolheu adorar: “Nu saí do ventre da minha mãe, e nu tornarei para lá; o Senhor deu, e o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor” (Jó 1:21).
Jó não parou de lamentar. Ele chorou, pranteou, questionou. Mas no fim, não ficou no pó. Levantou-se com uma nova revelação de Deus. E disse: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te veem” (Jó 42:5). E foi nesse encontro que o lamento se transformou em reverência.
E pense em Habacuque, um profeta que viu a maldade do seu povo e clamou a Deus: “Até quando, Senhor, clamar-me-ei, e não me ouvirás?” (Habacuque 1:2). Ele não fugiu da dor do seu tempo. Confrontou Deus com sinceridade. Mas, no capítulo 3, após ouvir a resposta divina, ele faz uma oração poderosa — e termina com uma das declarações mais fortes de fé na Bíblia:
“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na videira; ainda que falhe a obra do olival, e os campos não produzam alimento; ainda que as ovelhas sejam arrebatadas do curral, e nos estábulos não haja gado, todavia, alegrar-me-ei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação” (Habacuque 3:17-18).
Ele não disse: “Quando tudo melhorar, eu vou adorar”. Ele disse: “AINDA QUE tudo piorar, eu vou adorar.”
Irmãos, esse é o salto da fé.
Não adorar apenas quando o milagre vem,
mas adorar mesmo quando a promessa tarda.
Não esperar o fim da tempestade para louvar,
mas louvar no meio do vento.
Porque a adoração não é uma resposta às circunstâncias —
é uma resposta ao caráter de Deus.
Deus não exige que você negue a dor. Ele permite o lamento.
Mas Ele convida você a não ficar nele.
Assim como o salmo 30 diz: “Clamei a ti, e me curaste… choramos à noite, mas de manhã vem o júbilo” (Salmo 30:2,5). O choro pode durar uma noite, mas a alegria não falha. A dor tem um fim. Mas a fidelidade de Deus é eterna.
Talvez você esteja hoje no vale do lamento.
Talvez tenha perdido alguém amado.
Talvez esteja doente, desempregado, desiludido.
Talvez sua oração pareça ecoar no vazio.
Mas ouça: Deus ouviu. Deus viu. Deus está se movendo.
E Ele quer levar você de joelhos no chão a mãos levantadas no altar.
Do choro silencioso ao cântico novo.
Da pergunta “por quê?” à proclamação “Tu és bom!”
Porque o mesmo Deus que ouviu o grito de Davi,
que viu as lágrimas de Jó,
que escutou o clamor de Habacuque,
hoje ouve o seu lamento.
E Ele não vai deixar você preso na dor.
Ele vai levantá-lo com cânticos de libertação.
Então, não desista.
Chore, se for preciso.
Clame, grite, pergunte.
Mas não pare por aí.
Levante-se.
Lembre-se de quem Ele é.
Fale do Seu amor, mesmo sem entender.
Adore, mesmo sem ver.
Porque no momento em que você adora no vale,
Deus começa a transformar sua história.
Do lamento à adoração —
esse é o caminho da restauração.
Amém.
Do lamento à adoração: seu choro não é o fim. Deus transforma sua dor em louvor e sua noite em alvorada.

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